domingo, 28 de março de 2010
Domingo..
...
Se
Composição: Djavan
Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim
Deixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...
Eu levo a sério, mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá que não quer meu calor
São jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não...
E se perguntar pra qq um dos meus exs namorados qual música que lembra de mim... ao menos 4 de 5 vão cantar esta música... rs
Vou fazer o que se leva tempo???
sábado, 27 de março de 2010
E quem não foi hj perdeu...
domingo, 21 de março de 2010
E as vezes tudo parece anormal
E quando vou ver... se sentir culpada por não dar atenção suficiente pra quem eu mais amo nesta vida. Por trabalhar e estudar e ficar tão pouco tempo com ela, exatamente por causa dela... E estar tão cansada, ou tão de saco cheio por conta disso, que chega aos finais de semana, eu só quero paz e sossego e acabo deixando ela de lado...
Cansada.. e chorando.. pq ninguém tem noção do quanto é difícil se sentir assim...
Impotência...
Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de 16/03/08
Rejeição e culpa
DANUZA LEÃO
Para um filho, os pais devem amá-lo sobre todas as coisas e dedicar todos os momentos de sua vida a ele
NÃO É PRECISO muita coisa para que a gente se sinta rejeitado. A tendência natural é pensar que ninguém gosta da gente, ou pelo menos não tanto quanto se precisa. E disso se precisa muito.
Começando pelo básico: alguém acha que é -ou foi- amado suficientemente pelo pai e pela mãe?
Claro que não. E aquele dia em que os dois saíram para jantar fora e ir ao cinema? Você, com cinco anos e resfriado, queria que eles ficassem a seu lado, contando uma história, e dessa noite nunca se esqueceu. É a maior prova de que eles jamais gostaram de você. E quando eles se separaram, a culpa não foi toda sua? E quando o pai, já separado, foi convidado para aquele fim de semana de sonho, e propôs trocar o tal fim de semana que ia passar com o filho; ele se sentiu tão rejeitado e abandonado quanto um menino de rua, e o pai vai passar o fim de semana -e o resto da vida- massacrado pela culpa. As crianças vão para o analista se queixar dos pais, os pais vão para o analista para dizer que foram péssimos pais, e assim la nave va.
Mas um dia essas crianças crescem, se casam, têm seus filhos, se separam, se apaixonam e agem com seus filhos exatamente como seus pais agiram com ele.
Vão todos para o analista, claro, e aos 50, 60 anos, continuam se queixando; um de ter sido rejeitado, o outro sofrendo por não ter dado mais atenção aos filhos. Todos têm razão, claro, mas querer que um pai ou uma mãe aos 25, 30 anos, em plena juventude, com os hormônios explodindo, passem as noites em casa contando histórias para os filhos na hora de dormir é contra qualquer lei da natureza, e um dia eles vão entender. Qual seria a solução? Ter filhos aos 40, depois de ter feito todas as loucuras? Não sei.
Para um filho, os pais devem amá-lo sobre todas as coisas, e dedicar todos os momentos de sua vida a ele.
Eu conheço um que, aos 45, leva a namorada para a praia para vê-lo surfar, e ai dela se se virar para pegar um sol nas costas. E ai daquele pai que uma noite não pode passar uma hora jogando um joguinho na televisão porque precisa entregar um trabalho no dia seguinte. Se tiver marcado um cinema, esse filho, aos 40, ainda vai lembrar do assunto, achando que seu pai e sua mãe não foram como deveriam ter sido -e sofrendo, claro.
Queremos atenção total dos que nos cercam, sobretudo quando somos crianças, e quando envelhecermos é que vamos saber o que é falta de atenção de verdade. Para que isso não aconteça, é preciso ter vida própria, e desde cedo.
Mas quantos momentos teriam sido tão bons, se mãe e filho pudessem se dizer francamente "naquele dia quase te matei, de tanta raiva", e darem uma boa risada, lembrando.
Porque isso acontece, entre pessoas normais. E falar também dos momentos, jamais verbalizados, em que a mãe amou -e ama- esse filho loucamente, mais que qualquer coisa na vida, e que depois que ele cresceu nunca mais disse, porque não faz parte da nossa cultura fazer declaração de amor a filho grande, até porque ele é o primeiro a não querer ouvir essas coisas depois que cresce, olha que mundo mais louco.
Ah, se a gente pudesse botar eles no colo quando desconfia que estão tristes, e abraçar, apertar, cobrir de beijos, como quando eram pequenos; mas como eles cresceram, não se pode.
Mas ah, se eles soubessem; ah, se a gente conseguisse dizer.